Sobre saudade

Sobre paixão e idealização
outubro 1, 2006
Sobre felicidade
outubro 1, 2006
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Sobre saudade

“A saudade da amada criatura
É bem melhor do que a presença dela”

Mário Quintana

Na solidão na penumbra do amanhecer
Via você na noite, nas estrelas, nos planetas,
Nos mares, no brilho do sol e no anoitecer
Via você no ontem, no hoje, no amanhã…
Mas não via você no momentoQue saudade…

Mário Quintana

Saudades

Nas horas mortas da noite
Como é doce o meditar
Quando as estrelas cintilam
Nas ondas quietas do mar;
Quando a lua majestosa
Surgindo linda e formosa,
Como donzela vaidosa
Nas águas se vai mirar!
Nessas horas de silêncio
De tristezas e de amor,
Eu gosto de ouvir ao longe,
Cheio de mágoa e de dor,
O sino do campanário
Que fala tão solitário
Com esse som mortuário
Que nos enche de pavor.
Então – proscrito e sozinho –
Eu solto aos ecos da serra
Suspiros dessa saudade
Que no meu peito se encerra
Esses prantos de amargores
São prantos cheios de dores:
– Saudades – Dos meus amores- Saudades – Da minha terra!

(Casimiro de Abreu)

DA SAUDADE (Quintana)

A saudade que dói mais fundo
– e irremediávelmente –
É a saudade que temos de nós.”

A Ave e o Poeta

A ave voa no tempo que passa,
Quebrou o ovo
Rompeu um mundo,
Ave de argamassa de esperança e fantasia,
Voa da janela no sorrir do dia,
Ave pássara que beija flor,
Tão bem te vi, alado cantor.
Onde te leva o vento, aos campos da alegria?
Mas ali não estou ave do meu amor,
Sou poeta sensorial, sem asas, sem casa, sem pátria, sem dor,
Meu coração é uma gaiola vazia que anseia uma paixão vadia,
Porém teu vôo é livre
Oh, pássara da liberdade,
Por que pousou nos meus olhos, se só te vejo pela saudade?