Valor do autoconhecimento
O psicólogo clínico comportamental Reginaldo do Carmo Aguiar, do Instituto de Terapia por Contingências de Reforçamento de Campinas, afirma que todo propósito vai depender de cada história de vida. “Por exemplo, o indivíduo que tem uma história extremamente aversiva. Imagine que aprendeu a trabalhar excessivamente por obrigação e não porque gosta e assim evita críticas. Ele terá pouco prazer em fazer, haverá mais sentimentos de alívio que satisfação, e ainda assim, estará cumprindo o seu propósito.” Neste sentido, Aguiar afirma que há um caminho em que o propósito pode desempenhar um papel causal mais ativo. Isto ocorre quando o indivíduo torna-se capaz de tomar consciência do seu objetivo. “A consciência pode envolver a capacidade de relatar a própria ação ou os sentimentos que a antecedem e, num nível bem mais elaborado e mais difícil de atingir, o dar-se conta das razões do próprio comportamento”.O que faz mudança no mundo, de acordo com Aguiar, é entender as causas e determinantes dos seus comportamentos. É necessário também modificar seus comportamentos para fazer diferença. Em resumo, desenvolver comportamentos mais adaptados e diminuir os comportamentos desadaptados à sociedade a partir de comportamentos operantes. “Quando o indivíduo tem consciência destas razões, pode-se dizer que o comportamento é proposital. A consciência é resultado de poderosas contingências de reforço mantidas em certas culturas que dão especial valor ao autoconhecimento e encorajam o relato verbal do comportamento e de seus objetivos ou razões”.